A história de uma coleção de brinquedos antigos...

Olá internauta, tudo bem? Sou o Alfredo Manhães, colecionador de brinquedos antigos, tanto nacionais quanto estrangeiros — uma paixão que se enraizou ainda na infância. Naqueles tempos, meus gibis eram guardados em caixas de sabão debaixo da cama, e os carrinhos de plástico soprado, aos montes, ficavam num grande saco de trigo. Brincar no chão com todos eles era uma festa, até que minha mãe, com paciência e cuidado, me ajudava a contar cada peça antes de guardá-las novamente. Alguns desses gibis e brinquedos resistiram ao tempo e permanecem comigo até hoje, como relíquias dos tempos de menino.

Foi apenas em 2005, já adulto, que decidi retomar esse encantamento de maneira mais estruturada. O antigo hábito de brincar com Autorama reacendeu meu interesse e, aos poucos, fui adquirindo carrinhos — primeiro os nacionais, depois os importados. Ao reencontrar brinquedos guardados na casa de meus pais, nasceu o desejo de pesquisar, estudar e me dedicar seriamente à atividade de colecionador. Com o tempo, meu acervo cresceu e hoje contempla carrinhos em miniatura, bonecas, blocos de montar, quebra-cabeças, jogos de tabuleiro e muitos outros que datam do século XIX ao final do século XX. Cada item representa mais do que um simples brinquedo: é memória, cultura, pesquisa e lazer — muitas vezes compartilhados em família.

Como professor, tive o privilégio de unir minha paixão ao trabalho, participando de eventos voltados à Educação e à Cultura. Pude levar alguns destes brinquedos para escolas, universidades, museus e clubes, promovendo exposições interativas e palestras que encantam crianças e adultos. Um dos brinquedos que mais me emociona, até hoje,  é o Monte-Bras, presente de Natal de 1969. Lembro com carinho daquela noite mágica em que eu e meu irmão, juntamente com nosso pai, montamos um guindaste com esse brinquedo.

Em 2008, sentindo falta de espaços que abordassem o tema com profundidade, criei o blog Meus Brinquedos Antigos. Lá, compartilhei imagens, textos, vídeos, entrevistas e livros, todos baseados em meu acervo. Com mais de 64 mil acessos vindos de 83 países, o blog tornou-se um canal de intercâmbio com outros apaixonados pelo tema. Também abri espaço no blog para brinquedos artesanais — como aqueles que fabricávamos com latas, carretéis e caixas — e, mais recentemente, pude promover algumas exposições beneficentes que unem cultura, memória e solidariedade.

Como extensão natural desse trabalho com o blog, atualmente desativado, desenvovi este site - Museu do Brinquedo (MdB), uma plataforma digital que oferece a exposição virtual permanente do meu acervo. São milhares de itens cuidadosamente organizados e apresentados com imagens, descrições e curiosidades, convidando o visitante a explorar a história dos brinquedos e, com ela, a redescobrir memórias e emoções que atravessam gerações. O MdB foi criado para ser um espaço de preservação da cultura lúdica e de compartilhamento com todos aqueles que, assim como eu, acreditam que brincar é uma forma nobre de se conectar com as pessoas por meio do passado e do presente. Afinal, brincar é um gesto universal e atemporal, que nos conecta ao que há de mais humano: a imaginação. Será que a imaginação tem limites?