O desejo de voar como os pássaros faz parte da imaginação humana desde a antiguidade. Um exemplo marcante está na obra Metamorfoses, do poeta romano Ovídio, que narra o mito grego de Dédalo e Ícaro. Na história, pai e filho tentam escapar da ilha de Creta com asas feitas de penas e cera. Dédalo alerta o filho sobre os perigos de voar alto demais, mas Ícaro, encantado pela liberdade do voo, se aproxima do sol, tem suas asas derretidas e cai no mar. Esse mito reflete o fascínio e os riscos de desafiar os limites do céu.

Ao longo dos séculos, a aviação evoluiu a partir de tentativas e invenções que moldaram o conhecimento tecnológico atual. Por volta do ano 1000 a.C., na China, surgiram as primeiras pipas, e há registros de que, em 852 a.C., o rei inglês Bladud teria tentado voar, sem sucesso. No século XV Leonardo da Vinci projetou máquinas voadoras, antecipando princípios fundamentais da aerodinâmica, a exemplo do conceito inicial do helicóptero, conhecido como "Parafuso Aéreo Helicoidal". No século XVIII, o brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão apresentou o projeto de um planador. Posteriomente, os irmãos Montgolfier realizaram, em Paris, o primeiro voo tripulado em um balão de ar quente. Em 1843, o britânico George Cayley desenhou um modelo de biplano, cuja aplicação prática viria décadas depois, com os voos de planadores realizados por Otto Lilienthal, em 1895.

A virada para a aviação moderna ocorreu no início do século XX quando os irmãos Wright realizaram o primeiro voo controlado com uma aeronave mais pesada que o ar em 1903. O neozelandês Richard Pearse também teria realizado voos motorizados por volta de 1904, segundo testemunhas, e em 1906, Alberto Santos-Dumont fez, em Paris, o primeiro voo bem-sucedido da Europa com uma aeronave autopropelida. George Bolt, outro neozelandês, construiu e lançou um planador, fazendo as primeiras fotos aéreas do país. Em 1919 os britânicos John Alcock e Arthur Brown realizaram o primeiro voo transatlântico sem escalas, e em 1921, Bessie Coleman tornou-se a primeira mulher negra a obter uma licença de piloto.

Nas décadas seguintes foi a vez de Charles Lindbergh cruzar o Atlântico sozinho e sem escalas em 1927, seguido em 1932 por Amelia Earhart, a primeira mulher a realizar esse feito. O neozelandês Jean Batten destacou-se por realizar voos recordistas ao redor do mundo. Neste período o britânico Frank Whittle inventou o motor a jato e em 1939 o alemão Heinkel 178 tornava-se o primeiro avião a jato a decolar. Neste mesmo ano o inventor russo Igor Sikorsky apresentou o helicóptero VS-300, com a capacidade de voar verticalmente e em qualquer direção. Ele foi pioneiro na configuração de rotor usada pela maioria dos helicópteros nos dias atuais.

Avanços notáveis continuaram nas décadas seguintes. Nos anos 1940, a aviação agrícola teve início na Nova Zelândia com aviões adaptados da Segunda Guerra Mundial. Em 1947, o piloto Charles Yeager quebrou a barreira do som em voo nivelado, abrindo caminho para a era supersônica. Nos anos 1960 decolaram os primeiros transportes supersônicos, como o soviético TU-144 e o Concorde, o Boeing 747, em 1970, inaugurou a era dos voos comerciais em grande escala. Em 1979, Bryan Allen atravessou o Canal da Mancha em um avião movido por energia humana e em 1986, Dick Rutan e Jeana Yeager completaram a primeira volta ao mundo sem escalas. Steve Fossett repetiu a façanha em voo solo em 2005.

No século XXI a aviação sustentável começou a ganhar destaque. Em 2009, o neozelandês Terry Delore quebrou o recorde mundial de voo em planador. Em 2011, o Martin Jetpack, inventado por Glenn Martin, alcançou 5.000 pés de altitude em teste não tripulado, e o Transition, considerado o primeiro carro voador funcional, foi apresentado ao mundo. Em 2016, o Solar Impulse 2 concluiu a primeira volta ao mundo com uma aeronave movida a energia solar. Três anos depois, o primeiro avião totalmente elétrico para fins comerciais foi testado no Canadá. Em 2021, Gary Freedman pilotou o primeiro avião elétrico da Nova Zelândia, e em 2023, a Air New Zealand anunciou a aquisição de sua primeira aeronave elétrica comercial, com previsão de operação em 2026.

Desde os tempos mais remotos, brinquedos com temática de aviação encantam crianças e adultos, refletindo a evolução tecnológica e cultural do próprio voo humano. Já no século XIX, brinquedos como o helicóptero movido a elástico de Alphonse Penaud, criado por volta de 1870, serviram de inspiração direta para os irmãos Wright. Com o avanço das tecnologias e o crescimento do interesse público pela aviação, principalmente com a Segunda Guerra Mundial, surgiram kits de montagem e modelos em escala de aviões em madeira, papel e, posteriormente, metal. Marcas com Hasegawa, AMT, Revell, Airfix, Monogram, dentre outras, se tornaram referência no hobby do plastimodelismo de aviação. Outro segmento bastante explorado foi o dos aviões e helicópteros feitos de lata e movidos à fricção ou pilha, produzidos pela Marx, Linemar e Yonezawa.  

A técnica do metal fundido (die-cast) passou a ser amplamente utilizada a partir da década de 1930 por marcas como TootsieToy, gerando miniaturas cada vez mais detalhadas e acessíveis. Entre as décadas de 1970 e 1990, linhas como Dyna-Flites e Matchbox Skybusters ganharam popularidade, oferecendo réplicas de aeronaves comerciais e militares com apelo tanto para crianças quanto para colecionadores. A fabricação de helicópteros e aviões interativos, como o VertiBird da Mattel nos anos 1970, também marcou época ao introduzir maior controle e movimento nos brinquedos.

No Brasil, as empresas Estrela e Metalma lançaram brinquedos de aviação desde os anos 1940 e com o passar do tempo as fábricas Atma, Trol, Beija-Flor, Balila, Flexa Carioca e BANESA, dentre outras, também começaram a participar do mercado, não somente com itens de metal mas também com aeronaves em plástico soprado ou injetado. 

Além da diversão, muitos desses brinquedos tinham funções educativas, como os tradicionais planadores de madeira balsa usados para ensinar princípios básicos de aerodinâmica. A partir do século XXI, o setor passou a incorporar recursos digitais e eletrônicos, como drones com câmeras, aviões de controle remoto e ornithopters, como o FlyTech Dragonfly, um brinquedo revolucionário com asas batentes. Simuladores de voo e brinquedos tecnológicos aproximaram ainda mais as crianças da experiência real de pilotar, enquanto modelos die-cast continuam sendo produzidos por empresas especializadas para colecionadores exigentes. Ao longo do tempo, a aviação deixou de ser apenas um tema de brinquedo e se transformou em uma ponte entre sonho, aprendizado e realidade, acompanhando em miniatura, cada etapa da história do voo humano.

Da mitologia à ciência, a aviação representa uma jornada contínua de superação e descoberta, impactando também a produção de brinquedos. O sonho ancestral de voar não apenas se realizou mas passou a fazer parte do universo lúdico infantil, que se reinventa rumo a um futuro mais eficiente e sustentável.

Aeronaves

  • Item: F-105 Thunderchief

  • Fabricante: Yonezawa

  • Procedência: Japão

  • Período: Anos 1960

  • Material: Metal

Itens de Acervo

EM BREVE NOVOS ITENS!!!!

  • Item: Helicóptero HR-007

  • Fabricante: Herinf-Rasti

  • Procedência: Brasil

  • Período: Anos 1970

  • Material: Plástico

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  • Item: Boenign 367-80

  • Fabricante: não especificado

  • Procedência: Japão

  • Período: Anos 1960

  • Material: Metal

  • Item: Northrop Gamma

  • Fabricante: Marx

  • Procedência: Estados Unidos

  • Período: Anos 1940

  • Material: Metal