A história dos jogos eletrônicos, atualmente conhecidos como videogames, começou de forma tímida, mas como resultado de muita pesquisa. Uma das primeiras tentativas bem-sucedidas foi apresentada na Feira Mundial de Nova York, em 1940, no estande da empresa Westinghouse. Lá, um computador projetado pelo físico Edward U. Condon, chamado "Nimatron", foi programado para jogar Nim, jogo matemático para dois jogadores cujo objetivo é remover objetos (geralmente palitos) de diferentes montes ou pilhas, evitando ser o último a pegar um palito.
Durante as décadas de 1940 e 1950, diversos experimentos foram conduzidos em laboratórios de computação nos Estados Unidos. Entre os cientistas envolvidos estavam Claude Shannon e Arthur Samuel, pioneiros em algoritmos de inteligência artificial e aprendizado de máquina. Nesse período, surgiram jogos como Tennis for Two, OXO, Chess, Checkers, Blackjack, Hutspiel, Pong e Mouse in the Maze. Alguns desses algoritmos chamaram a atenção das Forças Armadas, passando a ser usados em simulações de estratégias militares.
A década de 1960 deu continuidade às pesquisas, impulsionadas pelas transformações tecnológicas trazidas pela substituição das válvulas termoiônicas pelos transistores e, posteriormente, pelo desenvolvimento dos circuitos integrados. Jogos de beisebol, guerras espaciais, futebol americano e tênis começaram a aparecer nesse período.
Nos anos 1970, a inovação dos cartuchos de jogos criou as bases para os videogames domésticos conectados à TV. O primeiro console desse tipo foi o Odyssey, desenvolvido pela Magnavox. A Atari também investiu fortemente nesse mercado, lançando o Atari 2600 com jogos como Air-Sea Battle, Blackjack, Combat, Indy 500, Star Ship, Street Racer e Surround. No Brasil, surgiu em 1976 o TVBol, o primeiro console de fabricação nacional, seguido pelo icônico Telejogo da Philco, que trazia jogos como Paredão, Tênis e Futebol.
Esse período também marcou o auge da popularidade dos fliperamas, locais dedicados às máquinas de jogos do tipo pinball, onde o jogador controlava alavancas para manipular a bola e marcar pontos. Embora versões rudimentares desse jogo existam desde o século XV, somente na década de 1930 os circuitos elétricos foram incorporados, definindo um padrão que seria mantido por décadas.
A década de 1980 foi marcada por uma explosão criativa. O jogo Pac-Man, inspirado por uma fatia de pizza, conquistou o mundo e se tornou um ícone pop. Donkey Kong introduziu o personagem Jumpman, que mais tarde se tornaria o famoso Mario. Títulos como M.U.L.E. inovaram o modo multiplayer, enquanto Tetris, criado por um programador soviético, atravessou fronteiras e se tornou um dos jogos mais populares da história. Em 1985, o NES chegou aos Estados Unidos e ajudou a revitalizar a indústria após o colapso de 1983, redefinindo padrões de qualidade e narrativa.
No Brasil, a Estrela lançou o Genius, versão brasileira do jogo americano Simon. A Polyvox lançou oficialmente o console Atari com jogos como River Raid, Enduro, Pitfall, Breakout, entre outros. Devido à política de reserva de mercado, a importação oficial de consoles era proibida, o que incentivou a proliferação de clones, como o Top Game da CCE e o Phantom System da Gradiente, comercializados em grandes redes varejistas. A Zona Franca de Manaus tornou-se um polo de produção por meio da engenharia reversa.
A Tec Toy, empresa brasileira fundada em 1987, teve um papel decisivo ao licenciar oficialmente os consoles da Sega, como o Master System e o Mega Drive. Além disso, localizou jogos para o português e desenvolveu versões exclusivas para o mercado nacional. Nessa época, os primeiros desenvolvedores brasileiros também começaram a se destacar, como Renato Degiovani, criador de Amazônia (1983), considerado o primeiro jogo comercial brasileiro.
Nos Estados Unidos e no Japão, os anos 1990 trouxeram avanços significativos em gráficos tridimensionais e experiências online. Jogos como Wolfenstein 3D e Doom inauguraram o gênero de tiro em primeira pessoa (FPS), enquanto Quake e Ultima Online abriram caminho para os MMOs. No Brasil, com a abertura do mercado, consoles como PlayStation, Xbox e Nintendo 64 passaram a ser vendidos oficialmente, embora os altos preços mantivessem o mercado paralelo ativo.
A virada do milênio trouxe para o Brasil em 2003 os primeiros cursos superiores dedicados à formação de profissionais para a criação de jogos eletrônicos, como o Bacharelado em Design de Games (UAM-SP) e o Curso Superior em Tecnologia em Jogos Digitais da (PUC-SP). A Sociedade Brasileira de Computação(SBC) organizou o WJogos – Workshop Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital, evento destinado a pesquisadores, programadores e desenvolvedores de jogos com foco na área de computação. Em 2004, os eventos se juntaram e organizaram o primeiro SBGames – Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital, que também lançou o 1° Festival de Jogos Independentes do Brasil. Finalmente, 2004 também marcou a fundação da Abragames – Associação Brasileira de Desenvolvedores de Jogos Eletrônicos, cujo primeiro mapeamento do setor, promovido pela associação naquele ano, apontou para a existência de 55 empresas no Brasil.
Atualmente, os videogames estão presentes em todos os lugares, e o Brasil se destaca como o maior mercado da América Latina e um dos maiores do mundo, com 115 milhões de jogadores. A indústria nacional floresceu com títulos autorais como Toren, Chroma Squad e Horizon Chase, que ganharam reconhecimento internacional. Essa trajetória é fruto de uma história marcada por engenhosidade, paixão e resistência cultural, e que continua a se reinventar a cada nova geração de jogadores.
Jogos Eletrônicos
Item: Pense Bem
Fabricante: Tec-Toy
Procedência: Brasil
Período: Anos 1980
Material: Plástico
Itens de Acervo
EM BREVE NOVOS ITENS!!!!


Item: Genius
Fabricante: Estrela
Procedência: Brasil
Período: Anos 1980
Material: Plástico


Item: Telejogo
Fabricante: Philco/Ford
Procedência: Brasil
Período: Anos 1970
Material: Metal e madeira