O ferromodelismo é o hobby de construir modelos reduzidos de sistemas ferroviários, com réplicas de locomotivas, vagões, trilhos e outros elementos que formam a paisagem das ferrovias. Seu objetivo é criar representações detalhadas e realistas de cenas ferroviárias. No Brasil e no exterior, os ferromodelistas utilizam diversas escalas para suas construções, sendo as mais comuns: HO (1:87), N (1:160), O (1:48), G (1:22,5 a 1:32), Z (1:220) e S (1:64).

Desde o final do século XIX, quando os primeiros trens de latão começaram a ser feitos artesanalmente, o ferromodelismo passou por uma evolução constante. Empresas como a Märklin, na Alemanha, e a Lionel, nos Estados Unidos, foram pioneiras na produção de modelos. No início do século XX, a Lionel introduziu trens elétricos como o "Electric Express", que revolucionaram o hobby, com seus modelos vibrantes e interativos, encantando tanto crianças quanto adultos.

Entre as décadas de 1920 e 1950, o ferromodelismo viveu o período que é chamado atualmente como sua "Era de Ouro". Trens se tornaram mais detalhados e realistas, com marcas como Lionel dominando o mercado americano e a Märklin aprimorando seus modelos na Europa. Nesse período, surgiram acessórios como prédios e estações, e os hobistas começaram a construir paisagens inteiras, formando clubes e realizando competições para exibir suas criações. A escala HO, lançada na Alemanha, se popularizou pela possibilidade de criar layouts maiores em espaços menores.

A década de 1950 trouxe o boom do ferromodelismo, impulsionado pela prosperidade econômica pós-guerra e pela televisão. No Brasil, duas empresas se destacaram: a Atma, que nos anos 50 lançou o primeiro trem elétrico nacional em escala HO, e a Frateschi, fundada na década de 1950, que se consolidou como referência, produzindo até os dias atuais modelos de alta qualidade com detalhes que refletem as ferrovias brasileiras.

Na década de 1960, os trens em miniatura deixaram de ser apenas brinquedos e passaram a ser considerados itens de colecionador. A escala N (1:160) se popularizou entre os entusiastas com espaço limitado, e novas técnicas como envelhecimento de pintura começaram a ser utilizadas. Os trens também ganharam mais realismo com inovações em sistemas elétricos, incluindo novos motores e efeitos com luzes e sons. Na década de 1980, a introdução dos sistemas de controle digital (DCC) permitiu que várias composições pudessem ser o controladas de forma independente na mesma via, revolucionando a operação das ferrovias em miniatura. Isso trouxe maior flexibilidade e realismo ao hobby, aproximando cada vez mais os modelos dos trens reais.

Hoje, a precisão e o realismo dos trens em miniatura são incomparáveis. Fabricantes como Bachmann, Kato, Athearn e a brasileira Frateschi produzem modelos com detalhes refinados, como letras pintadas à mão e minuciosos detalhes nas locomotivas. Tecnologias avançadas, como dispositivos eletrônicos que imitam os sons das locomotivas e iluminação realista, ajudam a tornar as maquetes ainda mais impressionantes. Além disso, o uso de smartphones e programas de computador oferece controle avançado para o design e operação dos layouts. Enquanto isso, os colecionadores continuam a procurar modelos de marcas como Lionel, Atlas, Märklin, e Frateschi,

O ferromodelismo continua a ser uma atividade popular entre colecionadores, com marcas como Lionel, Märklin, Fleischmann, Gilbert, Bachmann, Hornby e as nacionais Atma e Frateschi, sendo altamente valorizadas. Para muitos, o hobby é uma paixão e um investimento, enquanto para outros, é uma forma de reviver a nostalgia ou o prazer de criar um mundo ferroviário em miniatura. Dos trens de latão aos modelos modernos, o ferromodelismo segue sendo uma maneira atemporal de inspirar a criatividade dos mdeolistas de trens e conectar gerações que amam a ferrovia.