Os jogos e brincadeiras constituem práticas culturais milenares, presentes em diversas civilizações e contextos sociais. Desde os primeiros registros arqueológicos até o mundo contemporâneo, sua evolução reflete aspectos lúdicos, simbólicos e estruturais da experiência humana.
Os jogos de tabuleiro mais antigos conhecidos datam de aproximadamente 5.000 anos. No Egito, o tabuleiro de Senet, datado de cerca de 3500 a.C., representa um dos primeiros artefatos lúdicos, embora suas regras originais ainda permaneçam desconhecidas. Na China, há evidências de jogos de peças com mais de 2.900 anos, e o primeiro jogo de tabuleiro documentado surgiu por volta de 200 a.C. Na Europa Ocidental, o jogo Tafl, precursor do xadrez, era praticado desde 400 a.C.
Um conjunto de dados de 3.000 anos foi descoberto em escavações arqueológicas na região da antiga Pérsia, atualmente o sudeste do Irã, evidenciando que o dado constitui uma das ferramentas de jogo mais longevas, embora seu uso em algumas práticas lúdicas naquela época ainda não seja completamente compreendido. A simplicidade estrutural dos dados — um cubo com pontos — revela sua eficácia como instrumento probabilístico, cuja aplicação se estende até os jogos modernos.
Diversos jogos originados na Antiguidade, em várias regiões do mundo, continuam sendo utilizados como entretenimento. O Go, surgido na Coreia por volta de 200 a.C., o Gamão, nascido no Irã por volta de 600 d.C., e o Xadrez, criado na Índia na mesma época, são exemplos de jogos que mantêm relevância até os dias atuais. O Nine Men's Morris, embora associado à Inglaterra medieval, possui possíveis raízes no Império Romano, enquanto o jogo Serpentes e Escadas, amplamente difundido entre o público infantil, teve origem na Índia no século XVI e exemplifica a incorporação de elementos probabilísticos, como os dados, em jogos pedagógicos.
A Carambola, de origem incerta, é possivelmente o jogo de mesa mais antigo. Jogos como sinuca, bilhar e roleta são invenções posteriores, com a roleta surgindo no século XIX. No contexto inglês do século XIV, o jogo Hazard, mencionado pelo escritor britânico Geoffrey Chaucer no livro Os Contos de Canterbury, exemplificava a complexidade das regras em jogos de dados da época. Embora tenha sido suplantado por jogos mais simples, sua influência persiste. O Craps, jogo de dados popular em cassinos, destaca-se por ser o único em que as probabilidades favorecem o jogador, embora sua dinâmica envolva alto risco e apelo emocional. Jogos como Yahtzee e Dungeons & Dragons também incorporam dados, explorando suas múltiplas variações geométricas e probabilísticas.
Os jogos de cartas surgiram na China durante a Dinastia Tang (séculos VI a IX d.C.) e foram introduzidos na Europa no século XIV. Os primeiros baralhos guardavam semelhanças com as cartas de Tarô e o modelo de quatro naipes — copas, espadas, paus e ouros — foi desenvolvido na França por volta de 1480. O Cribbage, datado do século XVII, é considerado o jogo de cartas mais antigo ainda em prática, seguido pelo Bridge, que emergiu no início do século XIX. No final do século XX, os jogos de cartas colecionáveis, como Magic: The Gathering, inauguraram uma nova categoria lúdica, marcada pela combinação de estratégia, narrativa e competição.
O primeiro jogo de tabuleiro comercial foi lançado em 1800, na Inglaterra, por George Fox. Intitulado Mansion of Happiness, apresentava uma estrutura de corrida semelhante ao Ludo. A empresa Milton Bradley, fundada em 1860, é a mais antiga ainda em atividade, responsável por títulos como Downfall, Hungry Hippos e Connect 4.
No Brasil, os jogos e brincadeiras tradicionais têm raízes indígenas, africanas e europeias. A peteca, por exemplo, era praticada pelos povos indígenas antes da chegada dos colonizadores e, ao longo do século XX, foi formalizada como esporte com regras e torneios oficiais. Brincadeiras como amarelinha, ciranda, cama-de-gato e Cinco Marias foram transmitidas oralmente e adaptadas regionalmente, constituindo um patrimônio imaterial da infância brasileira. O surgimento das fábricas de brinquedos no país na primeira metade do século XX, contribuiu de forma relavante para a produção e difusão de jogos. A Estrela, fundada em 1937, é uma das mais emblemáticas, tendo produzido versões nacionais de jogos estrangeiros como Banco Imobiliário, Detetive e Jogo da Vida. Outras empresas brasileiras como Atma, Trol, Mimo, Glasslite e Gulliver também ofereceram uma boa diversidade de jogos. A Grow, criada em 1972, também desempenhou papel central na popularização de jogos de tabuleiro e estratégia, como War, Imagem & Ação e Perfil. Essas empresas foram responsáveis por adaptar e distribuir jogos internacionais, além de desenvolver títulos próprios que marcaram gerações.
Os jogos acompanham a trajetória humana desde os primórdios da civilização, e sua prática é fundamental para crianças, jovens, adultos e idosos, favorecendo a saúde mental, estimulando a motricidade e criatividade, promovendo o desenvolvimento cognitivo e fortalecendo as relações sociais. Seja como instrumento de socialização, expressão simbólica ou exercício estratégico, os jogos refletem dimensões fundamentais da cultura. Sua permanência e constante reinvenção evidenciam não apenas sua relevância histórica, mas também sua capacidade de adaptação às transformações sociais e tecnológicas.
Jogos


Item: PIT "Bull & Bear Edition"
Fabricante: Parker Brothers
Procedência: EUA
Período: Anos 1910
Material: Papel
Itens de Acervo


Item: Jogue Basquete
Fabricante: FUPE
Procedência: Brasil
Período: Anos 1970
Material: Plástico e metal
EM BREVE NOVOS ITENS!!!!


Item: Pimbal Disneylândia
Fabricante: Estrela
Procedência: Brasil
Período: Anos 1960
Material: Plástico e metal


Item: Grande Prêmio Atma
Fabricante: Atma
Procedência: Brasil
Período: Anos 1970
Material: Plástico e metal


Item: Pista Bol
Fabricante: Atma
Procedência: Brasil
Período: Anos 1970
Material: Plástico


Item: Jogo da Memória Par Par
Fabricante: Colchões Parahyba
Procedência: Brasil
Período: Anos 1960
Material: Papel